A brincar
estava o menino
Num jardim de
seu quintal
Uma pequena
flor ele regava
Em sua inocência
angelical
Tudo em sua
volta ignorava
Era azul
essa pequena flor
Entre a
terra Arida brotou
Buscava água
em uma lata o menino
E regava
inocente a linda flor
De repente
uma grande explosão
E a lata
rolou pelo árido chão
A flor ali
intacta entre a fumaça
O menino
estirado entre destroços
Da bomba que
explodiu nefasta
Arrasando tudo
em volta menos a flor
A cálida e
linda flor azul a se balançar
Entre a
poeira da bomba levantada
Gritos ao
longe se ouvia em dor
De um pai
que vinha correndo a chorar
Em seu
dialeto clamava aos céus
Abraçando do
menino parte do corpo
Que estava
entre uma massa disforme
Pelo chão esparramado
e seu sangue a escorrer
A lata longe
estava com pingos de água dentro
Seu pai
louco de dor lamentando a sofrer
Reunia do
corpo do infante os pedaços
Retirando ainda
quente os estilhaços
Da bomba que
explodiu e seu filho matou
Mas ainda se
via ma parte do corpo que ficou
Seu pequeno
rosto lívido e inocente a sorrir
Pois da vida
a brincar a flor regar só queria
Quantos meninos
ainda morrerão?
Quantas flores
nessa terra sobreviverão?
A intolerância
dos homens tem feito isso
Matado crianças
e causado dores
Tudo por se
acharem donos da verdade
Uma verdade
que nem sabem ser verdadeira
Pois cada um
acredita em sua fé como única
Que fé é
essa que mata tanta gente inocente?
Que deuses
são esses que sacrificam vidas?
Deus é um só
embora usem tantos nomes
Mas se matam
por ele pelas leis dos homens
Quando virão
outras canções solidarias
Para que
terminem as guerras?
Quantas vozes
famosas farão novas campanhas?
E o vento a
soprar pelo deserto embalando a flor azul
O pai a
chorar pelo corpo disforme espalhado
O sangue do
menino escorreu pelo chão e a flor molhou
Toda gente
viu isso e a dor se expandiu o tempo passou
O homem a
guerra continuou e nada até hoje mudou
E da terra
seca lavada pelo sangue inocente a flor
azul brotou! (Elgitano/Paulogaliat)