domingo, 10 de agosto de 2014

RÉQUIEM PARA AS CRIANÇA DE GAZA!


A brincar estava o menino
Num jardim de seu quintal
Uma pequena flor ele regava
Em sua inocência angelical
Tudo em sua volta ignorava
Era azul essa pequena flor
Entre a terra Arida brotou
Buscava água em uma lata o menino
E regava inocente a linda flor
De repente uma grande explosão
E a lata rolou pelo árido chão
A flor ali intacta entre a fumaça
O menino estirado entre destroços
Da bomba que explodiu nefasta
Arrasando tudo em volta menos a flor
A cálida e linda flor azul a se balançar
Entre a poeira da bomba levantada
Gritos ao longe se ouvia em dor
De um pai que vinha correndo a chorar
Em seu dialeto clamava aos céus
Abraçando do menino parte do corpo
Que estava entre uma massa disforme
Pelo chão esparramado e seu sangue a escorrer
A lata longe estava com pingos de água dentro
Seu pai louco de dor lamentando a sofrer
Reunia do corpo do infante os pedaços
Retirando ainda quente os estilhaços
Da bomba que explodiu e seu filho matou
Mas ainda se via ma parte do corpo que ficou
Seu pequeno rosto lívido e inocente a sorrir
Pois da vida a brincar a flor regar só queria
Quantos meninos ainda morrerão?
Quantas flores nessa terra sobreviverão?
A intolerância dos homens tem feito isso
Matado crianças e causado dores
Tudo por se acharem donos da verdade
Uma verdade que nem sabem ser verdadeira
Pois cada um acredita em sua fé como única
Que fé é essa que mata tanta gente inocente?
Que deuses são esses que sacrificam vidas?
Deus é um só embora usem tantos nomes
Mas se matam por ele pelas leis dos homens
Quando virão outras canções solidarias
Para que terminem as guerras?
Quantas vozes famosas farão novas campanhas?
E o vento a soprar pelo deserto embalando a flor azul
O pai a chorar pelo corpo disforme espalhado
O sangue do menino escorreu pelo chão e a flor molhou
Toda gente viu isso e a dor se expandiu o tempo passou
O homem a guerra continuou e nada até hoje mudou
E da terra seca lavada pelo sangue inocente  a flor azul brotou!  (Elgitano/Paulogaliat)

TORTURAS NOTURNAS....

Passo noites entre torturantes devaneios
Que se apossam de mim sorrateiros
Me fazendo escutar os sons do silencio
Que me trazem gemidos e murmúrios
De casais em encontros amorosos noturnos
E eu em meu canto a tudo escutando soturno
Me torturando em desejos reprimidos a sós
Imaginando cenas de entregas sublimes
De prazeres a tanto sem serem realizados
Juras de amor escuto pela madrugada
Gemidos de gozos a me tirarem a razão
E olho para minha cama e a vejo sem nada
Despida dos corpos que lhe trariam essa vibração
Desses corpos que escuto em minha alucinação
Estou cada dia ficando mais louco desvairado
Entregue aos delírios de uma louca paixão
Que existe apenas em minha solitária imaginação
Me toco tentando assim me satisfazer
Numa ânsia louca de sentir prazer
E por fim acabo a chorar sentindo grande frustração...
Mais uma vez estou só querendo morrer
Quem sabe no éter venha por fim esquecer
Dessa dor de ser só e de ilusões estar a viver?... (Elgitano/Paulogaliat)

VISÕES DE UM LOUCO POR AMOR!

Louco desvairado num canto largado
Agonizando esquecido e abandonado
Como se fosse um trapo desgastado
Passo noites nessa minha tétrica solidão
Que me faz ver em meus delírios a mesma visão
De um corpo que vem nas madrugadas sentir tesão
Me esvaio entre o choro dessa falta da sensação
De ter em meus braços alguém a me dar essa emoção
Do prazer a dois num idílio que me alivie essa dor
De estar tão só e com tantos desejos de dar meu amor
Desejos a muito em mim acalentados com ternura
Guardados com esmero e esperanças em meu coração
Ah como queria ter alguém agora para aliviar essa tortura
Como desejaria ser comum em busca de aventura
Mas sou fiel e dedicado ao meu próprio eu sofredor
Um ser que luta em busca do seu verdadeiro amor
Que quer se dedicar a quem de fato lhe dê valor
E assim vou morrendo aos poucos nessa solidão
Me esvaindo entre a fantasia e a torturante ilusão
De um condenado por acreditar no verdadeiro amor! (Elgitano/Paulogaliat)