domingo, 28 de setembro de 2014

RÉQUIEM PARA UM MORTO VIVO!

RÉQUIEM PARA UM MORTO VIVO!
Amastes mais do que fostes amado
Ajudastes a quem sentistes necessitado,
Estendestes a mão a quem estava desamparado
Tudo fizestes como um bom cristão....
Mas hoje tudo isso é em vão!
Te ignoram e só te dizem não!
Te viram as costas te deixam na mão,
Esquecem até que és irmão ...
Ah torpe humanidade sem compaixão
Família que era exemplo de união
Hoje arrota soberba e vive de ilusão...
Os amores? Se foram em busca de outra paixão!
Vives isolado num canto largado,
Ninguém te procura nem te busca
És um traste um monte de lixo
Te veem como um bicho...
Trapo humano rejeitado
Tentas soerguer já sem força
Clamas aos céus com tua fé
Suprema misericórdia a todos,
Já vencestes outras batalhas
Mas agora te sentes só enfraquecido
Por todos que admirastes e amastes esquecido...
Sentes na pele a discriminação que sente teu povo
Embora em tua casa isso aconteça pois és um estorvo.
Verme nojento, cigano desprezível, pobre inútil...
Tantos pensamentos versam sobre ti nesse desprezar,
Mas ainda assim não te deixas abalar e continuas a amar!
Sabes que tua hora em breve vai chegar
A vitoria será somente tua sem a teu lado ter com quem festejar...
Não te deixes amofinar e nem de teu coração o amor afastar!
Lembra que até o unigênito de DEUS fizeram calar
E certamente tu também vencerá!... (Elgitano/Paulogaliat)

QUEM SOU!...


Isolado
Desprezado
Abandonado
Escrachado
Marginalizado
Ignorado
Desrespeitado
Desvalorizado
Humilhado
...enfim deixado a margem!
Amores não mais
Filhos distantes cada vez mais
Amigos alguns talvez!
Família? Sei lá!...
Sentimento? São tantos que sinto!
... e no final talvez ainda reste sim
A sensação de se ser um mero ser
Um reflexo de tudo a sentir nesse instante
Algo que esteja tão obsoluto e desprezível
Que só mesmo um simples gesto a tudo porá fim...
Como a se livrar de um inseto nocivo
Pisa se por sobre ele e o esmaga!..
Morra ser desprezível!
Pois és diante de todos a quem amastes
Algo que nem tem como definir
Pois não passas de um simples verme
Nojento ser da sociedade  e da família
Que te evita pra não se poluir..
Esse sou eu hoje!... (Elgitano/Paulogaliat)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

VIAJANTE DO TEMPO...

Vim de tempos remotos
Onde a ternura era latente
Onde se miravam as pessoas com candura,
Onde a tristeza era ausente....
Vim de outras eras
Onde os campos eram floridos
E não se escutava rugido de feras,
Onde não existiam seres sofridos
E a paz era respirável e santa!..
Vim de um tempo utópico
Quem sabe de outro planeta?
Mas tenho certeza que existiu...
Hoje vejo um mundo sofrido
Desigual e enraivecido
Onde se mata por religião
Se faz presente o maldade
Onde judiam de animais
Onde o amor não existe mais
Onde só se valoriza a falsidade
Onde errar não tem perdão...
Mundo de contrastes tantos
Onde se perdem nobres valores
Se distanciando de doces sabores
Se iludem com falsos amores
Se morrem de tantas dores,
Buscam no desespero salvação
Entre lagrimas dançam a sórdida canção
Da luxuria envolvente em solidão
Louca desvairada transformada em paixão
Retirando de si toda razão..
Proclamam na penúria de seus caminhos
Ídolos profetas lideres e tantos santos
Acreditam em formulas mágicas
Feitiços encantos rezas mandingas
E por fim sem saber o que fazer
Nem a quem de fato recorrer
Viram nos noticiários noticias trágicas...
Ah como era bom o meu planeta
Sem tantas dores sem ilusões a paz perfeita...
Utopia dirão mas o que são os sonhos então?
Ícaro sonhou em voar atingir o infinito azul
Foi alto em seu projeto de pássaro humano
Poetas sonharam com a metódica poesia
Do amor cantado em noite fria e vazia
A amada distante que entre ilusões se comprazia...
Morreram se os sonhos e os valores
Ficaram desilusões e as dores
E o meu lugar perdido....(Elgitano/Paulogaliat)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A PATATIVA E O ROUXINOL!

Conta-se no sertão uma historia de amor
De encanto magia tristeza e muita dor...
No alto de uma arvore se avista um solitário rouxinol
Cantando seu canto de lamento sofredor,
Dizem que clama por sua amada uma linda patativa
Que o abandonou encantada pelo beija flor...
Antes ela sofria na casa do João de barro cativa,
Amava e o admirava mas ele a mandou embora
Pois sentia chegar a velhice e não a queria agora...
Triste e chorosa se sentia a patativa a cantar
E então apareceu o rouxinol que a veio consolar,
Por tempos se amaram e cantavam sua alegria
Mas um dia a patativa ficou doente e dele se afastou
Desesperado queria o rouxinol junto dela ficar
Mas os parentes da patativa o forçaram a se afastar...
O rouxinol vivia a cantar de longe para alegra-la
Ela no entanto não lhe respondia e mais distante ficou,
Então o rouxinol sempre lhe levava flores pelo bico
Depositava próximo a sua morada mas de nada adiantava...
Quando ela se curou saiu a voar para outras bandas
O rouxinol tentou se reaproximar mas ela o rejeitava,
Queria lhe falar de seu amor do quanto a desejava
E ela indiferente aos seus apelos foi para outras paragens.
Um dia ela conheceu de linda plumagem
Um jovem e pomposo beija flor,
Se deixou por ele levar a conhecer nova paisagem
Lhe fez tantas promessas e por fim a fez sentir dor...
De longe ainda sofrendo e alimentando grande amor
Sabia de tudo o rouxinol triste a cantar como trovador...
O colibri foi pra longe deixando a patativa no ninho
A chocar um futuro rebento em plena solidão,
Mas mesmo assim a patativa embora triste no coração
Não quis deixar o rouxinol estar a seu lado com toda paixão...
E hoje quem anda por essas bandas desse sertão
Pode escutar ao longe o canto triste da patativa e do rouxinol,
Que faz chorar de pena qualquer coração!... (Elgitano/Paulogaliat)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

AMOR DE PÁSSAROS!

E então tudo começou assim...
Algumas palavras de amizade
Confidencias sem maldade,
Carinhos trocados com sinceridade...
Aos poucos a falta um do outro
E a cada dia sentimentos intensos
A amizade passou a ser mais intima
Cobranças disfarçadas em carinhos
Da falta que se sentia um do outro...
Tudo estava conspirando para um romance
E com os dias foi aumentando essa vontade
Cada demora, cada ausência uma saudade....
E assim a amizade se transformou em amor,
Um ao outro supriu carência e dor
Veio a paixão num fogo intenso e abrasador,
As palavras mais ousadas e revelando desejos
Sonhos de solitários a se quererem entre beijos
A imaginarem cenas envolventes num lampejo...
Se amaram se entregaram e foi tudo um paraíso,
Viveram conviveram planejaram se amaram
Esperaram sonharam e um dia se separaram...
Tantos sonhos compartilhados e visionados
Se foram assim sem mais nem menos destroçados,
Eram lindos os dois sempre unidos e apaixonados...
A interferência de algo inesperado os separou
Um ficou ao outro buscando mas o outro pra longe voou
E assim como dois pássaros em debandada tudo acabou...
De longe um ainda a sonhar continuou e esperou
Apesar da tristeza em si seu amor resguardou...
O outro voou fez seu ninho em outro canto
Destruiu no que ficou a poesia e o encanto
Fez uma nova vida pra si hoje em desencanto...
Bem sabe de seus desenganos que errou se iludindo,
Acreditou em quem confiou e se envergonhou
Não teve coragem de falar ao outro que tanto esperou
Do seu arrependimento nem de consolar seu sofrimento,
Orgulho, soberba, que idiotice a ocultar um sentimento...
Quem ama de fato deseja ao outro apesar da maldade
Muita alegria muito amor e a completa felicidade!
Quem ama ainda tendo esperanças se faz presente
Mesmo que o outro ainda iludido esteja ausente...
Quem ama renasce das cinzas mesmo muito ferido
Pois só consegue ver no outro seu ser mais querido,
Quem ama tem em si a profunda capacidade
De dar e receber sem nada comentar o perdão
Pois guarda em si o amor no fundo do coração...
Quem ama nunca desiste está sempre junto
Embora o outro se tenha esquecido de tudo,
Pois o amor o mais nobre dos sentimentos
Jamais esquece seja o tempo que for os juramentos...
Quem ama seus sentimentos preserva sem falsidade
E dá a mão estendida mesmo que seja só por amizade,
Porque quem ama vai sempre se dar até a eternidade!
E como os pássaros que cantam seu canto apaixonado
Os dois finalmente voltarão a serem enamorados.... (Elgitano/Paulogaliat)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

AMOR ESTELAR....

Vim de terras distantes
As emoções pulsantes
De poéticos instantes
Onde o mar me banhou
E em minha pele sua marca deixou,
Nas areias da praia andei
Sob o sol ardente me queimei
Entre praias serras e montanhas perambulei
Solitário em minhas andanças chorei
Desejos tantos em meu ser alimentei
Nos verdes campos cansado me deitei
Olhei o céu e mil estrelas contemplei
Quando a noite me veio com seu manto me cobrir
Descobri entre constelações teu rosto a me sorrir
E na plenitude desse momento impar
Senti uma singela gota de ti orvalhar
Era uma de tuas lagrimas a me beijar
Que vi rapidamente em cristal se transformar
Num cristal reluzente e multicor
Revelando que tens em ti muito amor
Um amor que desejo com tanto ardor
Mas me calo diante do teu misterioso silencio
Provocado pela distancia dessa saudade em prenuncio
De que em breve estarás em meus braços
Livre de negros pensamentos sem embaraços
E juntos finalmente causaremos estardalhaços
Entre as galáxias e por todo canto do universo... (Elgitano/Paulogaliat)