domingo, 2 de março de 2014

A VOLTA DO MESTRE!

Não te virarei as costas
Mesmo com as condições impostas
Da tua inconsequente decisão,
Não te negarei meu consolo
Mesmo que me vejas como um tolo
Por quereres te locupletar no gozo
Dos prazeres materiais insosso,
Não te esconderei a mão
Sempre estendida a tua disposição
Pois embora não me tenhas em teu coração
Te escuto em teus queixumes de solidão.
Não te deixarei a própria sorte
Embora tenhas corroborado para minha morte,
Não te cobrarei atenção
Embora me peças isso em oração,
Não te julgarei em vão
Embora vivas sempre em ilusão,
Não te serei carrasco
Embora tenhas de mim certo asco.
Enfim de mim sabes que tens de tudo
Embora me esqueças sempre contudo,
Estou presente sempre em tua vida
Embora me renegues sempre
Embora te entregues à lascívia
Fazendo dela tua razão de viver e ser feliz.
Renegas de teu próximo o amor
Provocas aos que te são próximos a dor,
Te encantas com festins regados a sodomias
Esqueces de ti mesmo e te sentes infeliz,
As vezes me clamas no desespero dos dissabores
Ergues os braços aos céus e me imitas dizendo:
“pai porque me abandonastes?”...
Não fui que quem te abandonou meu filho
Estou sempre junto a ti nas mínimas coisas
Nas flores, nas matas, no vento, nos seres
Em tudo me encontras até em certos prazeres.
As vezes me coloco diante de ti como uma pessoa
Me conheces te sentes feliz comigo e depois me abandonas,
Me faço teu amigo, namorado, amante e marido
Mas depois com o tempo me fazes teu inimigo,
Que queres por fim então?
Fazes tuas escolhas porque te dou o livre arbítrio
Te quero o bem e te deixo livre até em pecado,
Alguns de teus irmãos te prometem salvação
Se investem de representantes de meu pai celestial
Mas se entregam ao encanto do poder
E se corrompem com a realização material,
Inventam coisas se embasando na palavra
São torturadores de almas e muito cruéis,
Mais sádicos que aqueles que me pregaram na cruz,
Se tornam glutões em mesas fartas ignorando a fome
De suas ovelhas que humildes pastam entre migalhas,
Vestem roupas de finos fios até em ouro
E seus seguidores sentem frio e se cobrem de trapos,
Não trilham mais as estradas a pé
Compram cavalos com dinheiro  da fé,
Deixando sangrarem na caminhada
Dos fieis os cansados pés.
A estes homens te dedicas acreditando
Serem representantes de meu pai,
A eles respeitas e deves obediência
A eles reverencias e pedes absolvição
A eles dás de teu alimento e teu sustento
Deixando faltar a tua família o provento
De teu esforço diário pela sobrevivência
Mantendo os luxos desses falsos profetas.
Serão eles a exemplo do passado
Quem me atirarão de novo ao cadafalso
Que me arrancarão as carnes
Que me beberão o sangue,
Estou voltando bem sabes
E te perguntarei quando juntos estivermos
Que fizestes por fim amado filho meu? (Elgitano/Paulogaliat)

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