sábado, 22 de fevereiro de 2014

NÃO TE DIREI DA CANÇÃO AS PALAVRAS!.

Não te direi da canção as palavras
Que te toquem o coração hesitante,
Não murmurarei meu lamento
Te deixarei viver teu momento
Não buscarei mais teu semblante,
Me calarei e no meu mutismo te guardarei.
Guardarei minhas lembranças desgastadas
Da ternura desejada entre sonhos que sonhei,
Não violarei meu amor próprio imaculado
Em busca desse amor que me induz ao pecado,
Resistirei as tentações dos meus desejos
De me perder entre loucos beijos.
Buscarei manter essa macula escondida
Que me ficou malgrada nesse sentimento
Que tentei manter como doce alimento
De corações logrados que vivem em sofrimento.
Calarei meu grito a muito contido
E farei dele meu cantar expandido,
Comporei um doce lamento cigano
Que se eternizará entre as fogueiras
Dançado nos acampamentos,
Que será cantado nas tsaras
Nas festas de muitos casamentos,
Na volúpia da dança será vibrante
Entre as ciganas loiras ou morenas
Grandes ou pequenas será apaixonante,
Rodando suas saias coloridas a sorrir
Lançarão olhares encantadores nunca enganadores
Aos kalons e kalderacchi em perfeita união,
Será talvez um hino de amor e doce paixão
Que unirá povos e amantes adentrando o coração
De quem ama de verdade e quer ser amado,
De quem quer dar um amor a ser eternizado
Sem temer nada ou se sentir em pecado,
Pois quem ama é por si só santificado
Jamais poderá ser mal visto ou julgado
Nem mesmo que morra sem ser amado,
Mas guardará em si esse sentimento
Que aumenta a todo momento
Mesmo no coração com ferimento
Borbulhando em sangue rubro,
Tinto como o vinho que nos embriaga
Vermelho como a rosa ofertada.
Não te direi da canção as palavras... (Elgitano/Paulogaliat)

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