quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PÉ DE JAMBO JABUTICABEIRA!....

Não eu não fui o primeiro...
Nem me lembro se era janeiro
Vi passando por ali um sagui
Catando do chão uma jabuticaba,
Que proliferava embaixo da jabuticabeira...
Ao lado bem carregado e frondoso
Tinha um pé de jambo bem majestoso,
De cheiro bem gostoso e muito perfumoso
Sua cor de um intenso vermelho
Na verdade era do jambo roxo,
 Que o Zé da venda meio coxo,
Comia como se fosse o pintarroxo...
Pássaro matreiro e cantador
Aparecia quando via a flor,
E comia os brotos com fulgor...
Saia em revoada quando  ali chegava
O moleque Agenor que nas galhas pulava
Do pé de jambo a jabuticabeira
Se jogava o moleque matreiro...
Roubava as frutas o dia inteiro,
Dona Zita  aprontava um berreiro
E correndo pelo terreiro
Ia o Agenor se safando sorrateiro...
A tarde  pra descansar a gente sentava
Debaixo das sombras da jabuticabeira,
 Sentia aquele perfume gostoso
Que vinha do pé de jambo frondoso
E vinha tentar a gente,
Só mesmo quem isso viveu agora sente
A saudade dos tempos de menino contente,
Não se vê mais Pé de jambo nem jabuticabeira
Pois o progresso que só pensa em dinheiro,
Fez cair ao chão as arvores e espantou o passarinheiro...
Foi se embora o menino mineiro
De nome Agenor
Que hoje ao voltar menos matreiro
Olha tudo com certa dor,
Mora agora no rio de janeiro,
Sente saudades do Zé da venda
Dos amigos que seguiram outra senda,
Das broncas de dona Zita no terreiro
E do pintarroxo com seu canto brejeiro!..
(Elgitano/Paulogaliat)

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