Não eu não fui o
primeiro...
Nem me lembro se
era janeiro
Vi passando por ali
um sagui
Catando do chão uma
jabuticaba,
Que proliferava
embaixo da jabuticabeira...
Ao lado bem
carregado e frondoso
Tinha um pé de
jambo bem majestoso,
De cheiro bem
gostoso e muito perfumoso
Sua cor de um
intenso vermelho
Na verdade era do
jambo roxo,
Que o Zé da venda meio coxo,
Comia como se fosse
o pintarroxo...
Pássaro matreiro e
cantador
Aparecia quando via
a flor,
E comia os brotos
com fulgor...
Saia em revoada
quando ali chegava
O moleque Agenor que
nas galhas pulava
Do pé de jambo a
jabuticabeira
Se jogava o moleque
matreiro...
Roubava as frutas o
dia inteiro,
Dona Zita aprontava um berreiro
E correndo pelo
terreiro
Ia o Agenor se
safando sorrateiro...
A tarde pra descansar a gente sentava
Debaixo das sombras
da jabuticabeira,
Sentia aquele perfume gostoso
Que vinha do pé de
jambo frondoso
E vinha tentar a
gente,
Só mesmo quem isso
viveu agora sente
A saudade dos
tempos de menino contente,
Não se vê mais Pé
de jambo nem jabuticabeira
Pois o progresso que
só pensa em dinheiro,
Fez cair ao chão as
arvores e espantou o passarinheiro...
Foi se embora o
menino mineiro
De nome Agenor
Que hoje ao voltar
menos matreiro
Olha tudo com certa
dor,
Mora agora no rio
de janeiro,
Sente saudades do Zé
da venda
Dos amigos que
seguiram outra senda,
Das broncas de dona
Zita no terreiro
E do pintarroxo com
seu canto brejeiro!..
(Elgitano/Paulogaliat)
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