segunda-feira, 10 de junho de 2013

BRINCANDO DE ESCREVER!



FAZIA ALGUM TEMPO QUE ESTAVAM ME OLHANDO, ELA PEQUERRUCHA E COM UM OLHAR DE SUPERIORIDADE, ELE COM SEUS SEIS ANINHOS E ARREDIO,  AMBOS IRMÃOS E PERALTAS INCANSÁVEIS.
PORÉM NAQUELE INSTANTE ALGO OS FEZ FICAREM SILENTES E OBSERVADORES COMO SE ESPERASSEM ALGO DE FENOMENAL ACONTECER.
FIQUEI MEIO CONSTRANGIDO DIANTE DAQUELES OLHARES INDAGADORES E SOLÍCITOS, SORRI UM SORRISO BESTA E DESNECESSÁRIO POIS ELES NÃO QUERIAM VER O MEU SORRISO, QUERIAM APENAS EM SUA INGENUA E INOCENTE OBSERVAÇÃO SABER O QUE EU ESTAVA FAZENDO E COMO CONSEGUIA FAZER.
TENTEI IGNORAR AQUELA PLATÉIA INESPERADA MAS ERA IMPOSSÍVEL CONTINUAR  ME ATENDO AO TRABALHO COM AQUELES OLHARES INSISTENTES EMBORA ESTIVESSEM OS DOIS SILENTES SÓ ME OLHANDO EXTASIADOS.
O IMPASSE DUROU APENAS ALGUNS SEGUNDOS E QUEM OUSOU QUEBRAR AQUELE CLIMA DE INDECISÃO FOI ANA LUIZA QUE SE APROXIMOU E PERGUNTOU:
- O QUÊ CÊ TÁ FAZENDÚ AÍ EIN?
- ESTOU ESCREVENDO UM CONTO – RESPONDI
- AH IGUAL A HISTORIA DA BRUXA?
- NÃO, É UMA HISTORIA DE GENTE GRANDE
- MAS OCÊ NUM PEGÔ NO LASPIS UAI!
- ORA FOFINHA, NÃO É SÓ COM O LÁPIS QUE A GENTE ESCREVE, ESCREVE-SE TAMBÉM COM MAQUINAS IGUAIS A ESTA, POR COMPUTADOR OU OUTROS MEIOS.
ESTÁVAMOS PROGREDINDO NO NOSSO “PAPO” PENSEI, ELA SE ACONCHEGOU EM MEU COLO E COMEÇOU A OBSERVAR MAIS DE PERTO A DIMINUTA “OLIVETTI” QUE EU ESTAVA USANDO.
PAULINHO, O IRMÃO, UM POUCO TÍMIDO E ANALÍTICO FOI SE CHEGANDO TAMBÉM PARA OBSERVAR CALADO O QUE A IRMÃ VIA MAIS DE PERTO.
DE REPENTE ELE PERGUNTA UM POUCO CONSTRANGIDO:
- VOCÊ INSINA NOIS DROIS A ISCREVER?
- CLARO QUE ENSINO FILHO, VEM CÁ PRA VOCÊ VER COMO É
ALEGRE E SOLICITO COMO SEMPRE, PAULINHO SE SENTOU AO MEU LADO E PASSOU A OBSERVAR COMO EU DEDILHAVA A MAQUINA.
NESSAS ALTURAS EU JÁ TINHA ME PERDIDO DA IDEIA INICIAL DE CONCRETIZAR UM TRABALHO QUE ME EXIGIA TODA CONCENTRAÇÃO POSSÍVEL.
O PAPEL QUE ESTAVA PELA METADE DATILOGRAFADO COM PARTE DO MEU TRABALHO FOI IMEDIATAMENTE TRANSFORMADO EM RASCUNHO DE DATILOGRAFO INICIANTE.
ANA LUIZA COM SEUS DEDINHOS REDONDOS E DIMINUTOS CATAVA UMA LETRA AQUI E OUTRA ACOLÁ, PAULINHO TAMBÉM NÃO PERDEU TEMPO EM PERGUNTAS E OBSERVAÇÕES, JUNTOS FICAMOS CADA QUAL BATENDO UMA TECLA OU OUTRA.
DE REPENTE UM GRITINHO ESTRIDENTE NOS TIROU DAQUELA GOSTOSA BRINCADEIRA DE BATER DESORDENADAMENTE A INFATIGÁVEL “OLIVETTI”, ERA ANA LUIZA QUE HAVIA ENFIADO O DEDO ENTRE ALGUMAS TECLAS PRENDENDO-O.

PARAMOS PARA SOCORRE-LA QUE ENTRE LÁGRIMAS BALANÇAVA A MÃO PARA ALIVIAR A DOR, COMO EU ESTAVA COM RECEIO DE QUE SE MACHUCASSEM MAIS COM TAL BRINCADEIRA RESOLVI PARAR DE BATER COM ELES QUE PROTESTARAM E EXIGIRAM A CONTINUAÇÃO DO PROFESSORADO DE CATILOGRAFIA QUE SE PERDEU  POR DIAS A TÉ QUEBRARMOS A “OLIVETTI”...HOJE ME VEIO ESTAS LEMBRANÇAS!!! (Elgitano/Paulogaliat)

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