FAZIA
ALGUM TEMPO QUE ESTAVAM ME OLHANDO, ELA PEQUERRUCHA E COM UM OLHAR DE
SUPERIORIDADE, ELE COM SEUS SEIS ANINHOS E ARREDIO, AMBOS IRMÃOS E PERALTAS INCANSÁVEIS.
PORÉM
NAQUELE INSTANTE ALGO OS FEZ FICAREM SILENTES E OBSERVADORES COMO SE ESPERASSEM
ALGO DE FENOMENAL ACONTECER.
FIQUEI
MEIO CONSTRANGIDO DIANTE DAQUELES OLHARES INDAGADORES E SOLÍCITOS, SORRI UM
SORRISO BESTA E DESNECESSÁRIO POIS ELES NÃO QUERIAM VER O MEU SORRISO, QUERIAM
APENAS EM SUA INGENUA E INOCENTE OBSERVAÇÃO SABER O QUE EU ESTAVA FAZENDO E
COMO CONSEGUIA FAZER.
TENTEI
IGNORAR AQUELA PLATÉIA INESPERADA MAS ERA IMPOSSÍVEL CONTINUAR ME ATENDO AO TRABALHO COM AQUELES OLHARES
INSISTENTES EMBORA ESTIVESSEM OS DOIS SILENTES SÓ ME OLHANDO EXTASIADOS.
O
IMPASSE DUROU APENAS ALGUNS SEGUNDOS E QUEM OUSOU QUEBRAR AQUELE CLIMA DE
INDECISÃO FOI ANA LUIZA QUE SE APROXIMOU E PERGUNTOU:
-
O QUÊ CÊ TÁ FAZENDÚ AÍ EIN?
-
ESTOU ESCREVENDO UM CONTO – RESPONDI
-
AH IGUAL A HISTORIA DA BRUXA?
-
NÃO, É UMA HISTORIA DE GENTE GRANDE
-
MAS OCÊ NUM PEGÔ NO LASPIS UAI!
-
ORA FOFINHA, NÃO É SÓ COM O LÁPIS QUE A GENTE ESCREVE, ESCREVE-SE TAMBÉM COM
MAQUINAS IGUAIS A ESTA, POR COMPUTADOR OU OUTROS MEIOS.
ESTÁVAMOS
PROGREDINDO NO NOSSO “PAPO” PENSEI, ELA SE ACONCHEGOU EM MEU COLO E COMEÇOU A
OBSERVAR MAIS DE PERTO A DIMINUTA “OLIVETTI” QUE EU ESTAVA USANDO.
PAULINHO,
O IRMÃO, UM POUCO TÍMIDO E ANALÍTICO FOI SE CHEGANDO TAMBÉM PARA OBSERVAR
CALADO O QUE A IRMÃ VIA MAIS DE PERTO.
DE
REPENTE ELE PERGUNTA UM POUCO CONSTRANGIDO:
-
VOCÊ INSINA NOIS DROIS A ISCREVER?
-
CLARO QUE ENSINO FILHO, VEM CÁ PRA VOCÊ VER COMO É
ALEGRE
E SOLICITO COMO SEMPRE, PAULINHO SE SENTOU AO MEU LADO E PASSOU A OBSERVAR COMO
EU DEDILHAVA A MAQUINA.
NESSAS
ALTURAS EU JÁ TINHA ME PERDIDO DA IDEIA INICIAL DE CONCRETIZAR UM TRABALHO QUE
ME EXIGIA TODA CONCENTRAÇÃO POSSÍVEL.
O
PAPEL QUE ESTAVA PELA METADE DATILOGRAFADO COM PARTE DO MEU TRABALHO FOI
IMEDIATAMENTE TRANSFORMADO EM RASCUNHO DE DATILOGRAFO INICIANTE.
ANA
LUIZA COM SEUS DEDINHOS REDONDOS E DIMINUTOS CATAVA UMA LETRA AQUI E OUTRA
ACOLÁ, PAULINHO TAMBÉM NÃO PERDEU TEMPO EM PERGUNTAS E OBSERVAÇÕES, JUNTOS
FICAMOS CADA QUAL BATENDO UMA TECLA OU OUTRA.
DE
REPENTE UM GRITINHO ESTRIDENTE NOS TIROU DAQUELA GOSTOSA BRINCADEIRA DE BATER
DESORDENADAMENTE A INFATIGÁVEL “OLIVETTI”, ERA ANA LUIZA QUE HAVIA ENFIADO O
DEDO ENTRE ALGUMAS TECLAS PRENDENDO-O.
PARAMOS
PARA SOCORRE-LA QUE ENTRE LÁGRIMAS BALANÇAVA A MÃO PARA ALIVIAR A DOR, COMO EU
ESTAVA COM RECEIO DE QUE SE MACHUCASSEM MAIS COM TAL BRINCADEIRA RESOLVI PARAR
DE BATER COM ELES QUE PROTESTARAM E EXIGIRAM A CONTINUAÇÃO DO PROFESSORADO DE
CATILOGRAFIA QUE SE PERDEU POR DIAS A TÉ
QUEBRARMOS A “OLIVETTI”...HOJE ME VEIO ESTAS LEMBRANÇAS!!! (Elgitano/Paulogaliat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário